EXEMPLO A NÃO SER SEGUIDO II

Este blog já fizera a observação sobre o centenário do tradicional Clube Atlético Mineiro, campeão brasileiro de 1971 e de uma torcida gigantesca e fanática pelo famoso “galo”.
E não é que o Atlético-MG tomou de 6 x 1 do Vasco, do mesmo Vasco que tomou de 5 do Santos dia desses? Mas nem isso é pior, acreditem: de acordo com o conselheiro Manfredo Palhares, a dívida do clube está na casa dos R$ 400 milhões. Alguns detalhes de como o tradicional clube chegou a este ponto podem ser conferidos aqui.

Mas o que o Santos tem a ver com isso? Muita coisa. Pois o Atlético-MG é um exemplo de como as coisas não podem acontecer, sobretudo no ano do seu centenário – antes fossem apenas as contratações duvidosas do nível de Petkovic e Sousa. O Atlético-MG não teve um Robinho e um Diego para salvar o clube de administrações amadoras e irresponsáveis.
O clube mineiro trilha o mesmo caminho do Bahia, do “presidente eterno” Paulo Maracajá ( mudam os nomes, mas quem manda é o mesmo Maracajá e isso há mais de 20 anos). O clube baiano, hoje, só possui mesmo como patrimônio sua enorme e apaixonada torcida, dessas que botavam 40 mil pessoas num jogo comum pela terceira divisão em uma terça-feira à tarde. O Bahia não possui estádio ( hoje implora para que o governo faça obras para recuperar outro estádio público em Salvador, o estádio de Pituaçu), a sede de praia é jogada às traças e, para piorar, o “dono” do Bahia S/A é o Daniel Dantas, do Opportunity.
O Santos teve Diego e Robinho, uma fortuna nos cofres, o “time da moda”, os melhores treinadores do país, os melhores jogadores, mas a pior administração. Ao ponto de em 2008 reforço do naipe de jogador da segunda divisão equatoriana ter sido contratado via “parceria” com uma rede de supermercados. E isso após arrecadar mais de R$ 100 milhões em negociações dos “jogadores de ouro” entre 2002 e 2005. O presidente Marcelo Teixeira contraiu dívidas em bancos até porque o “dinheiro do papai” não é mais para dar uma de “mecenas” do clube e sair por aí esperando por uma parceria.

O time ainda está na zona de rebaixamento. Vai sair, mas permaneceu lá por quase todo o primeiro turno do campeonato. Não é o lugar do Santos.

Os exemplos estão aí todos os dias: Atlético-MG, Bahia,Vitória ( ambos os clubes S/A), Grêmio, Vasco, Palmeiras...todos times tradicionais que sofreram nas mãos de péssimos administradores e negociatas/parcerias suspeitas. O Santos teve tudo para profissionalizar seu depto. de futebol, ser uma referência nessa área no futebol brasileiro. Nunca, na história recente do SantosFC, um presidente teve tantas condições para efetuar um trabalho de ponta, revolucionário.
O centenário do Santos está próximo. Que não seja parecido ao centenário do galo. É bom começar a trabalhar nisso.

TIME DA VIRADA
O Santos lançou a campanha “Time da virada”:

“Pela primeira vez na história do clube, os torcedores poderão apoiar e incentivar o clube por meio de ferramentas de interação da internet, como o Orkut e o Youtube, encurtando distâncias e fortalecendo relações.”

Este blog não é contra campanhas de marketing feitas pelo Santos – muito pelo contrário, é necessário que existam.

Mas é interessante perceber o quanto o clube e torcida estão “afastados” e de como a atual administração desconhece o torcedor.

A internet, por si só, já favorece a interação através de chats e e-mails. A partir do surgimento do conceito web2.0 em que ferramentas como orkut, youtube, blog e fotologs – os quais contribuem mais ainda para a difusão do conhecimento e informação em que o internauta não é um mero receptor de notícias, o torcedor santista já se mobilizava pela grande rede.

Foi graças à internet, em fóruns e listas de e-mails que surgiu o embrião da ONG SANTOS VIVO, que conseguiu mobilizar vários santistas através da grande rede e muitos deles tornaram-se sócios do SantosFC. Santistas do Brasil inteiro e do exterior.

Este é apenas um dos exemplos. Hoje existem vários blogs do SantosFC espalhados pela rede. Comunidades do orkut. Lista de e-mails, fórum, vídeos no youtube trazendo informações e resgatando a história...enfim, o torcedor santista já interage e fortalece relações há muito tempo.
A diferença é que agora tal campanha tem o “caráter oficial”. E não é ruim, não. O que for feito para sepultar essa idéia de “Santos é de Santos” e “forasteiros” ( o que afasta torcedores, é importante notar isso, pois é bairrista) é super válida.

Mas por que só neste momento? Por que não em tantas outras oportunidades, como em Libertadores, reta final de campeonato brasileiro em que o time esteve muito bem, aquele episódio lamentável do caso “Zveiter”, enfim...lançar tal campanha agora, com o time mal na tabela, gera comparações com a campanha feita pelo Curintia ( chamado de ‘co-irmão’ na visão de MT).

E está longe, bem longe disso.