quinta-feira, abril 14, 2011

14/04/2011 - SantosFC, 99 anos! Parabéns!

Charge do brilhante RPN.
Tudo começou em 1984. Mentira: deve ter começado um pouco antes, mas aquele garotinho passou a entender o que era paixão pelo futebol exatamente naquele ano de 1984, quando o Santos sagrou-se campeão paulista em cima do Corinthians. O garoto não sabe quando, especificamente em que dia ou mês, mas nas brincadeiras de futebol na rua – um terreno baldio que servia como Maracanã – passou a jogar no gol e, desde as mais simples intervenções às defesas espetaculares, gritava “Rodoooooolfo Rodrigues!!!”

A primeira idolatria, de muitas que viriam mais tarde. O ser humano tem essa estranha necessidade de eleger ídolos em diversas áreas. Para este garoto, no futebol, o primeiro ídolo foi o goleiro uruguaio Rodolfo Rodrigues; só depois vieram Pelé, Pepe, Feitiço, Araken, Coutinho, Zito, Gilmar...

Para a garotada atual é muito fácil ver e rever as jogadas e gols destes mitos do futebol. Imagens, textos e fotos estão disponíveis a partir de um simples clique. Mas na metade da década de 80 não era fácil. Aliás, não era fácil ser um jovem santista no final da década de 80 e anos 90.

Querem uma boa definição de “bullying”, termo que antes era mais conhecido como “zoeira”? Ser o único santista da escola inteira e sofrer com Ijuí, Edson Ampola, Neizinho, Camilo e Serginho Fraldinha - só para citar alguns.

Mas como essas coisas de paixão não se explicam, o garoto, quer dizer, o adolescente, só fez ficar mais apaixonado ainda pelo time que abrigou e abrigava tantos craques e pernas de pau que se tornaram, de alguma forma, inesquecíveis: pernetas, mas raçudos que saíam com o uniforme imundo do charco que era o “gramado” da Vila Belmiro. E como era difícil ganhar do Santos dentro de seus domínios!

E o tempo passou. O adolescente terminou o colégio, entrou para a faculdade e para a vida adulta, arrumou emprego, carteira de motorista, outros ídolos surgiram, novas paixões floresceram, novas ideias e concepções políticas, culturais, comportamentos. Apenas uma coisa não mudou durante todo esse tempo com tantas transformações: a paixão pelo SantosFC. Paixão que pode até estremecer em algum momento ou outro, é verdade. Isso acontece nos melhores relacionamentos.

No entanto o sentimento permanece e, com o coração mole típico de quem é eterno apaixonado, sempre se perdoa. E é graças à tamanha paixão que péssimos administradores, além daqueles ingratos incapazes de entenderem a grandeza e a honra que é envergar o manto simplesmente passam, recebendo o desprezo e escárnio da torcida, enquanto o SantosFC continua trilhando seu caminho de glórias no presente e zelando por um passado que, ao contrário do que acontece habitualmente, não é esquecido. História é para quem tem o que contar.

E sempre surge um Sérgio, Almir, Paulinho, Guga, Giovanni ou um moleque abusado como Diego, Robinho, Neymar para despertarem novas idolatrias e paixões em meninos, meninas e jovens. Como aconteceu com aquele garoto, hoje um adulto, que ainda se emociona ao buscar na memória o tempo em que gritava “Rodooooooolfo Rodrigues!!!” e "goooool...do Santos!!!"

8 comentários:

Fernanda Salgado disse...

Nossa, Jaime, emocionou.

Ser santista e algo inexplicavel. So quem é sabe...Os momentos de fila, de zueiras na escola, quem passou por isso, e deixou este momento, aumentar o amor pelo Santos, sabe o que é "Nascer, viver e no SANTOS morrer, é um orgulho que nem todos podem ter".

Beijos,

Fe Salgado

Jaime Guimarães disse...

Obrigado, Fernanda!

E como é inexplicável! E eu tinha tudo pra ser palmeirense - família, boa parte, Palmeiras - e o Santos um saco de pancadas só no final dos anos 80 e 90...mas aí resisti bravamente ao assédio rs. Felizmente, claro!

Bj!

TV E RADIO ALVINEGRO DA VILA BELMIRO disse...

Como é bom entrar aqui novamente e comentar sobre o glorioso, e como é dificil traduzir em palavras todo nosso amor pelo Santos, você é mestre caro amigo, continue escrevendo sobre nosso time.

Quem sabe o Ministro Veiga toma coragem e volta de alfa centauro.

gugaresende disse...

Ser santista na época que comecei entender de futebol era fácil. O Santos tinha Cejas, Carlos Alberto, Ramos Delgado, Clodoaldo, Pelé, Edu...
Mesmo assim muitos santistas viraram a casaca na época da seca.
Admiro a geração do Jaime que já teve sua iniciação na época das vacas magras.

Katia disse...

Essa paixão pelo Santos vem de berço, sou filha de pai e mãe santista, e sou imensamente grata a eles por me doutrinarem assim.
Ser Santista não se explica, se sente ... não tem definição, não tem explicação, é algo que vem de dentro, da alma.

Me recordo de muitas coisas, e sabe até hoje sou zuada, na atualidade e em outras palavras sofro “bullying”, e quer saber, tô nem ai.

O Santos mexe demais comigo, é algo fora do normal, é amor demais.

Mesmo que o manto sagrado desbote, eu serei SANTOS além da morte !

Parabéns pelo texto, arrancou lágrimas. Beijos !

Katia .

Jaime Guimarães disse...

Katia, minha assessora, muito obrigado!

Hoje eu nem ligo se "me zoam". Aliás, quem vem me zoar? Cprintiano? kkkkkk Esses aí são "faz-me-rir", adoro!

Se quando criança eu suportava Heraldo, Osmarzinho, Tuíco, Pedro Paulo, Luís Carlos e Armstrong, hoje tá moleza!

Bjs! E Obrigado! =)

Jaime Guimarães disse...

Guga, de fato...ser santista naquele período não era fácil. Mas também é aquela coisa: quem começou por ali ficou tão fanático que suportamos até o Edu Desgracena cometendo suas insanidades de vez em sempre! kkkkk

Abs!

Jaime Guimarães disse...

hahahaha! Brother, acho que o Ministro Veiga está em algum ponto desta ou de outra galáxia observando essa zona toda por aqui...e quando perguntaram se ele queria voltar, deve ter cantado "quero não, não vou não" hahahahaha!

Quem sabe este blog não recebe mais umas atualizações ao longo deste ano, não é?

Obrigado, mestre! Eu é que agradeço suas palavras e visita! Abs!